Áreas de Risco Não Estão Cartografadas
Áreas de Risco Não Estão Cartografadas
Quando a montanha se move, não há nada que o homem possa fazer. Porém, o homem tem sempre a possibilidade de definir as condições que levam à ocorrência de certos movimentos da montanha e, ao prevenir o risco, pode evitar ou minimizar as suas consequências.
Em Portugal, os movimentos em massa (deslizamentos, fluxo de detritos ou queda de blocos) são muito comuns, tanto no Norte como no Sul, embora, devido ao tipo de povoamento, mais disperso no Norte, atinjam normalmente nesta parte do país consequências mais trágicas. No entanto, não existe nenhuma carta nacional com as áreas de risco potencial à ocorrência de processos de instabilidade geomorfológica. Se existisse, os habitantes da aldeia de Frades, onde, no passado dia 7, um violento movimento de terras destruiu cinco habitações e matou quatro pessoas, saberiam que aquela povoação está localizada numa encosta de alto risco. Devido ao acentuado declive das vertentes, à sua disposição, à natureza do manto superficial e à existência de casas no percurso da linha de água, a possibilidade de se repetirem outros acidentes trágicos como o do dia 7 é elevada. "Na vertente do lado, há uma condição de risco semelhante, com uma casa situada mesmo na linha de água", assegura Carlos Bateiras, docente do Instituto de Geografia Física da Faculdade de Letras do Porto.
Alguns acidentes geológicos não são totalmente naturais, muitas vezes são influenciados ou até desencadeados pelo ser humano. Não foi o caso de Frades, mas, em Cavez, Carlos Bateiras não tem dúvidas em afirmar que "o homem foi o principal responsável pelas consequências catastróficas que o fluxo de detritos implicou". Com efeito, explica, "uma série de intervenções empreendidas alterou profundamente a dinâmica geomorfológica da área em questão". Em particular, a abertura de um caminho imediatamente a montante do local onde se iniciou o movimento, "que passou a funcionar como área de concentração da drenagem das águas pluviais", a existência de um deficiente sistema de canalização das águas, "que acabou por rebentar devido à sobrecarga de água em circulação", e o facto de se ter construído uma casa (o café que foi destruído) no percurso de uma linha de água.
Fonte: Jornal o Público
Quando a montanha se move, não há nada que o homem possa fazer. Porém, o homem tem sempre a possibilidade de definir as condições que levam à ocorrência de certos movimentos da montanha e, ao prevenir o risco, pode evitar ou minimizar as suas consequências.
Em Portugal, os movimentos em massa (deslizamentos, fluxo de detritos ou queda de blocos) são muito comuns, tanto no Norte como no Sul, embora, devido ao tipo de povoamento, mais disperso no Norte, atinjam normalmente nesta parte do país consequências mais trágicas. No entanto, não existe nenhuma carta nacional com as áreas de risco potencial à ocorrência de processos de instabilidade geomorfológica. Se existisse, os habitantes da aldeia de Frades, onde, no passado dia 7, um violento movimento de terras destruiu cinco habitações e matou quatro pessoas, saberiam que aquela povoação está localizada numa encosta de alto risco. Devido ao acentuado declive das vertentes, à sua disposição, à natureza do manto superficial e à existência de casas no percurso da linha de água, a possibilidade de se repetirem outros acidentes trágicos como o do dia 7 é elevada. "Na vertente do lado, há uma condição de risco semelhante, com uma casa situada mesmo na linha de água", assegura Carlos Bateiras, docente do Instituto de Geografia Física da Faculdade de Letras do Porto.
Alguns acidentes geológicos não são totalmente naturais, muitas vezes são influenciados ou até desencadeados pelo ser humano. Não foi o caso de Frades, mas, em Cavez, Carlos Bateiras não tem dúvidas em afirmar que "o homem foi o principal responsável pelas consequências catastróficas que o fluxo de detritos implicou". Com efeito, explica, "uma série de intervenções empreendidas alterou profundamente a dinâmica geomorfológica da área em questão". Em particular, a abertura de um caminho imediatamente a montante do local onde se iniciou o movimento, "que passou a funcionar como área de concentração da drenagem das águas pluviais", a existência de um deficiente sistema de canalização das águas, "que acabou por rebentar devido à sobrecarga de água em circulação", e o facto de se ter construído uma casa (o café que foi destruído) no percurso de uma linha de água.
Fonte: Jornal o Público
1 Comments:
para alem do problema de se construir em zonas ditas "de risco" o pior ainda é o facto de não se saber se essas zonas são realmente um risco ou não..
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