Friday, March 23, 2007

Processos intervenientes na formação de rochas sedimentares

Processos intervenientes na formação de rochas sedimentares

Alteração ou Meteorização
Processo pelo qual as rochas perdem as características físico-químicas originais.

Erosão
Fenómeno de desgaste dos materias rochosos por acção das águas, vento e seres vivos.

Transporte
Movimento dos materiais resultantes da erosão, pela acção da água, do vento e da força da gravidade.

Sedimentação
Processo de deposição dos sedimentos previamente erodidos e transportados.
Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e sedimentação, pois estes processos podem ocorrer simultaneamente. A estes dá-se o nome de Agentes de Erosão, Transporte e Sedimentação, sendo os mais importantes:
A água da chuva, rios, mares, glaciares;
O vento;
A força da gravidade.
Em resumo, na sedimentação podem participar isolados ou em conjunto, detritos ou clastos arrancados a rochas preexistentes, substâncias dissolvidas nas águas e sedimentos de origem orgânica.
Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos, antes da formação das verdadeiras rochas sedimentares, a Diagénese. Começa com a redução de volume dos sedimentos, devido ao peso dos sedimentos que se vão depositando por cima. Nos sedimentos mais profundos vão-se reduzindo os espaços vazios e estes começam a agregar-se e a compactar. Com a compactação, os sedimentos tornam-se mais resistentes adquirindo um aspecto de rocha.

Diagénese
Conjunto de processos situados entre a sedimentação e o metamorfismo, que actuam sobre os sedimentos provocando a sua compactação e formação de rochas mais consistentes.
Associada à compactação dos sedimentos, decorre o processo de cimentação que consiste no aparecimento de uma matriz ou seja material muito fino entre os grãos dos sedimentos, ou um cimento resultante da precipitação de substâncias, geralmente carbonato ou sílica, conferindo mais consistência.
Nos sedimentos mais profundos, pode existir também modificações nos minerais e alterações químicas com trocas de substâncias entre as rochas e as soluções que circulam em volta, dando origem a novos minerais designados de neoformação.

Classificação das rochas sedimentares

Classificação das rochas sedimentares

Rochas Detríticas
São rochas cuja componente predominante são os detritos de rochas preexistentes, resultantes sobretudo da alteração e erosão que actuaram sobre essas mesmas rochas.

Rochas Quimiogénicas
Resultam da precipitação a partir de substâncias dissolvidas na água que poderão através dela serem transportadas a longas distâncias.

Rochas Biogénicas
Resultam da acumulação de organismos depois de mortos ou de detritos da sua actividade.

Ciclo das rochas sedimentares

Ciclo das rochas sedimentares

As rochas da superfície terrestre estão a ser continuamente alteradas por agentes naturais, como a água, os gases atmosféricos, a acção dos seres vivos e as variações de temperatura. Os produtos resultantes da alteração podem ser detríticos (ex.: pedras soltas, areia, fracção fina dos solos) ou dissolverem-se na água.
Quase simultaneamente com a alteração das rochas dá-se a sua erosão, que é o processo de arrancar e deslocar os materiais rochosos previamente alterados.
Depois são transportados por diversos agentes, como as águas dos rios e o vento, e acumulam-se em lugares favoráveis, como por exemplo, rios, lagos, lagoas, praias e fundos oceânicos, dando-se a sedimentação desses materiais. Se o agente de transporte é a água, durante a sedimentação, também podem depositar-se por precipitação química as substâncias dissolvidas na água, dando origem a rochas sedimentares de origem quimiogénica, como é o caso do gesso e do salgema.
Também poderão sedimentar restos de conchas, carapaças e esqueletos de animais mortos se estes existirem no local de acumulação ou nas proximidades, como numa praia ou num lago.

Rochas sedimentares


Rochas sedimentares


A génese de sedimentos, isto é, a formação de produtos resultantes da alteração das rochas preexistentes, pertence ao conjunto de processos que ocorrem à superfície da crosta. Sob determinadas condições, estes sedimentos podem vir a formar rochas, chamadas rochas sedimentares.
As rochas sedimentares resultam do transporte, acumulação e consolidação dos sedimentos, provenientes, quer da erosão de rochas preexistentes, quer da precipitação química de substâncias, quer de material correspondente a conchas, esqueletos, espículas de organismos mortos.
Estas, constituem uma fina película, cuja espessura raramente ultrapassa os 2 Km, cobrindo no entanto cerca de 80% da superfície do planeta, constituindo a maioria das suas paisagens.
As rochas sedimentares sofrem um longo processo de transformações, que se inicia com a alteração e termina na diagénese ou litificação.

Ciclo das rochas

Ciclo das rochas


Os três grupos de rochas - magmáticas, sedimentares e metamórficas, transformam-se continuamente na natureza num conjunto de processos geológicos denominado o Ciclo das Rochas.
O ciclo das rochas:
Após arrefecimento, o magma solidifica originando rochas magmáticas. Estas podem-se formar-se à superfície devido a processos vulcânicos, ou no interior da crusta.
Uma vez expostas à superfície, as rochas sofrem meteorização e erosão, processos promovidos fundamentalmente pela água e pelo ar, originando sedimentos. Estes depois de transportados pela água e pelo vento, depositam-se em zonas deprimidas da crosta continental ou oceânica.Devido a fenómenos de subsidência, os materiais da crosta vão afundando aumentando a pressão e a temperatura. Originam então rochas sedimentares.
Com o continuar do processo de subsidência crustal, em que a pressão e a temperatura aumentam, as rochas sofrem recristalizações no estado sólido dos seus minerais. Surgem as rochas metamórficas.
Caso a temperatura ainda aumente mais as rochas fundem originando-se o magma, que pode voltar a formar novamente rochas magmáticas.

Tipo de rochas e sua origem

Tipos de rochas e sua origem

Rochas Magmáticas ou ígneas: estas são originadas através de materiais em estado de fusão que se solidificam por arrefecimento, entre eles os minerais feldspatos, a mica, os óxidos metálicos, os minerais silicatos ferro-magnesianos, etc.

Rochas Sedimentares: surgem nas zonas profundas da litosfera (crosta terrestre). A sua formação dá-se a partir de processos físico-quimicos que sofrem os agentes destrutivos. Ex. arenitos, calcário, folhelhos, etc.

Rochas Metarmórficas: Estas passam por mudanças e têm origem nas rochas magmáticas, sedimentares e também metamórficas. Tal transformação acontece pelo aumento da temperatura e ainda ocasiona a elevação da pressão e o aumento de deslocamentos, o que resulta na fragmentação da rocha original.

Áreas de Risco Não Estão Cartografadas

Áreas de Risco Não Estão Cartografadas

Quando a montanha se move, não há nada que o homem possa fazer. Porém, o homem tem sempre a possibilidade de definir as condições que levam à ocorrência de certos movimentos da montanha e, ao prevenir o risco, pode evitar ou minimizar as suas consequências.
Em Portugal, os movimentos em massa (deslizamentos, fluxo de detritos ou queda de blocos) são muito comuns, tanto no Norte como no Sul, embora, devido ao tipo de povoamento, mais disperso no Norte, atinjam normalmente nesta parte do país consequências mais trágicas. No entanto, não existe nenhuma carta nacional com as áreas de risco potencial à ocorrência de processos de instabilidade geomorfológica. Se existisse, os habitantes da aldeia de Frades, onde, no passado dia 7, um violento movimento de terras destruiu cinco habitações e matou quatro pessoas, saberiam que aquela povoação está localizada numa encosta de alto risco. Devido ao acentuado declive das vertentes, à sua disposição, à natureza do manto superficial e à existência de casas no percurso da linha de água, a possibilidade de se repetirem outros acidentes trágicos como o do dia 7 é elevada. "Na vertente do lado, há uma condição de risco semelhante, com uma casa situada mesmo na linha de água", assegura Carlos Bateiras, docente do Instituto de Geografia Física da Faculdade de Letras do Porto.
Alguns acidentes geológicos não são totalmente naturais, muitas vezes são influenciados ou até desencadeados pelo ser humano. Não foi o caso de Frades, mas, em Cavez, Carlos Bateiras não tem dúvidas em afirmar que "o homem foi o principal responsável pelas consequências catastróficas que o fluxo de detritos implicou". Com efeito, explica, "uma série de intervenções empreendidas alterou profundamente a dinâmica geomorfológica da área em questão". Em particular, a abertura de um caminho imediatamente a montante do local onde se iniciou o movimento, "que passou a funcionar como área de concentração da drenagem das águas pluviais", a existência de um deficiente sistema de canalização das águas, "que acabou por rebentar devido à sobrecarga de água em circulação", e o facto de se ter construído uma casa (o café que foi destruído) no percurso de uma linha de água.

Fonte: Jornal o Público